domingo, 11 de novembro de 2018

Hibristofilia


HIBRISTOFILIA
mulheres atraídas por criminosos sexuais


Hibristofilia, também chamada de “amor bandido” em referência a Bonnie e Clide, casal assassino da década de 1930, é uma atração sexual por criminosos violentos, principalmente assassinos e estupradores.

Está dentro da categoria de parafilias que, segundo Paulo Roberto Repsold (psiquiatra forense e diretor da Associação Médica de MG), “são preferências sexuais anormais, doentias, bizarras e pervertidas que a pessoa, ao longo da vida, desenvolve de forma lenta e gradual”.

Os serial killers são os que mais atraem as mulheres. Elas sentem uma atração doentia por criminosos capazes de estuprar e matar. Mesmo sem nunca tê-los visto, elas se apaixonam por eles. Escrevem cartas e fazem de tudo para visitá-los na prisão Na maioria das vezes são mulheres que sofreram algum abuso na infância. São vários os motivos que levam uma mulher a se apaixonar por um criminoso: carência afetiva, rebeldia, autoestima baixa, fantasia/ilusão, maus-tratos na infância, adrenalina etc.

Em seu livro “Loucas de Amor: mulheres que amam serial killers e criminosos sexuais”, Gilmar Rodrigues cita Sheila Isenberg dizendo que as mulheres são atraídas por esses criminosos acreditando que apesar de serem violentos, como estão presos, não podem machucá-las. Elas acreditam que podem regenerá-los, que eles não tiveram amor em casa e elas podem suprimir esta falta dando-lhes carinho, compreensão e amor. Pura ilusão. Outras o fazem pela adrenalina de se envolverem com alguém perigoso, capaz de matar.

Os psicopatas não têm sentimentos. Aceitam estas mulheres para receber atenção, presentes e visitas íntimas, simplesmente para usá-las. Brincam e debocham delas.  

Mulheres que se apaixonam por criminosos são de todas as classes sociais. No Brasil temos vários exemplos:

Marisa Mendes Levy, com 60 anos, pós-graduada em História, casou-se, na prisão, com Francisco de Assis Pereira, o “maníaco do parque”, acusado de 10 assassinatos e 11 estupros.

A terceira esposa de Guilherme de Paula, assassino de Daniela Peres, é Juliana Lacerda, estilista.

Dayanne Rodrigues de Souza, balconista de uma padaria, primeira esposa de Bruno Fernandes das Dores de Souza, assassino de Elisa Samudio, e a segunda, Ingrid Calheiros de Oliveira, dentista.

Marisa Raja Gabaglia, jornalista, casou-se com Hosmany Ramos, médico, condenado por roubo, tráfico de entorpecentes, contrabando de carros e assassinato de Joel Avon e Firmino Angel.

Simony, cantora, casou-se com Afro X, rapper, assaltante.

Campeões de cartas: Francisco de Assis Pereira, o “maníaco do parque”; Thiago Henrique Gomes da Rocha, “serial killer de Goiânia”; e Marcos Antunes Ribeiro, o “maníaco de Contagem.”

Muitas se tornam parceiras nos crimes:

Karla Homolka e Paul Bernardo (estupraram e assassinaram 3 garotas, inclusive a irmã de Karla), Myra Hindley e Ian Duncan Brady (autor de mais de 11 estupros e assassinatos), Faye Copeland e Ray Copeland (mais de 7 vítimas), Charlene Gallego e Gerald Armand Gallego (10 estupros e assassinatos), Lila Gladys Young e William Peache Young (100 a 120 bebês sufocados).

No Brasil, com sede em 15 estados, existe o grupo MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas). O objetivo do grupo é ajudar mulheres a se livrarem de relacionamentos doentios. https://grupomadabrasil.com.br/

Dentro da hibristofilia há a Síndrome de Estocolmo, que é um estado psicológico em que a vítima cria laços afetivos com o seu sequestrador. Exemplos de meninas que se afeiçoaram a seus sequestradores:

Birgitta Lundblad se afeiçoou a Jan-Eric Olsson, seu sequestrador.

Patrícia Campbell Hearst (Patht Hearst) se uniu a seus sequestradores, assaltando bancos com eles.

Natascha Kampush, aos 8 anos de idade foi sequestrada por Wolfang Prilopil, ficou 10 anos em cativeiro. 

Jayccee Lee Dugard, aos 11 anos de idade foi sequestrada por Phillip Garrido, ficou 18 anos em cativeiro.



Beatriz Alamy
Educadora, pesquisadora, escritora, musicista


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