CRIANÇAS ABUSADAS
Os abusos acontecem quando o mais fraco
é dominado pelo mais forte. Por isso as crianças são presas fáceis. Os
agressores se aproveitam da ingenuidade, inocência e fragilidade delas.
Segundo o Disque 100 (Disque Direitos
Humanos) e o SUS (Sistema Único de Saúde) entre 2012 e 2015 foram registrados,
no Brasil, 120.000 (cento e vinte mil) casos de abusos contra crianças e
adolescentes. Foram 3 (três) ataques por dia. O número deve ser muito maior
porque muitos casos não são denunciados.
Segundo dados do IPEA (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada) 70% das vítimas de violência e abuso sexual são
menores de idade.
Na maioria das vezes o agressor é alguém
conhecido e em quem a criança confia: pais, irmãos, avós, tios, professores,
treinadores, amigos, médicos, cuidadores. Enfim, qualquer pessoa próxima da
criança. Raramente o agressor é um estranho. Mas hoje, com a Internet, ficou
mais fácil aliciar crianças e adolescentes,
Os abusos ocorrem em todas as classes
sociais.
Geralmente, a criança abusada sente
vergonha, medo ou culpa. Não denuncia para não incriminar os pais, para não ser
motivo de separação entre eles.
FÍSICO: quando a criança é agredida com
violência de maneira intencional,
através de socos, chutes, queimaduras, mordidas, sacudidelas.
SEXUAL: quando a criança é acariciada
nos órgãos genitais e no ânus, quando é obrigada a ter relação sexual,
quando é explorada através da prostituição ou da produção de material
pornográfico com sua imagem, quando o agressor lhe mostra suas partes íntimas.
EMOCIONAL: quando sofre agressões
verbais, mentais e psicológicas (ameaças, castigos), e através de atos omissos
que podem causar transtornos comportamentais e cognitivos.
POR NEGLIGÊNCIA: deixar de prover a
criança de necessidades básicas como dar banho, comida, roupas, não colocá-la
na escola, não lhe ensinar boas maneiras, não levá-la ao médico ou dentista.
Não vaciná-la.
Como
reconhecer os sinais de abuso?
Observar se a criança apresenta os
seguintes sinais:
FÍSICOS: hematomas, queimaduras, ossos
quebrados, lesões na cabeça e nos olhos, hemorragias, feridas pelo corpo, dores
de cabeça, dores inexplicáveis no corpo, lesões nos órgãos genitais e no ânus,
dificuldade para andar ou sentar, atração exagerada pelo sexo, masturbação
compulsiva.
EMOCIONAIS: faz xixi na roupa ou na
cama, tem pesadelos, sobressaltos, medo de tudo ou de todos, volta a se
comportar como bebê (chupando os dedos, conversando como ele), tem medo de
dormir.
POR NEGLIGÊNCIA: roupas, corpo e cabelos
sujos, sem sapatos, com fome, com assaduras, infecções na pele, não frequenta a
escola ou tem queda no rendimento escolar, não é levada ao médico ou ao
dentista.
Um sinal isolado não significa que a criança
sofreu abuso. É preciso apresentar vários sinais.
Criança que sofre qualquer tipo de
violência (física, sexual, mental) muda seu comportamento e a maneira de agir.
É preciso estar atento a estas mudanças, pois a violência traz sérias
consequências no desenvolvimento dela.
.Mudança de comportamento é um dos sintomas mais significativos. Uma criança extrovertida torna-se introvertida e vice-versa. A calma torna-se agressiva e a agressiva se esgueira pelos cantos da casa, torna-se submissa.
.Tristeza profunda, choro e depressão sem
motivo algum.
.Sonolência durante o dia e falta de
sono à noite.
.Incontinência fecal ou urinária.
.Comportamento sexual adiantado para sua
idade. Masturbação.
.Medo de determinada pessoa (pode ser o
agressor).
.Aumento ou diminuição de peso muito
rápido.
.Desenhos com a genitália masculina
aparecendo, em destaque.
.Dificuldades de concentração e
aprendizado.
.Isolamento. Prefere ficar sozinha, sem
amigos. Não se socializa em casa e nem na escola. Não conversa.
.Evita o olhar das pessoas.
.Apresenta doenças sexualmente
transmissíveis.
.Distensões musculares.
.Vergões nas pernas, nos braços e no
bumbum.
.Roupas inadequadas para a estação, como
blusas de mangas compridas no calor.
.Cabelos cobrindo partes do rosto.
.Anorexia, bulimia, compulsão alimentar.
.Não gosta de ser tocada
.Perde o interesse por tudo: esportes,
escola, passeios, aulas de dança, etc
.Fica encimesmada, absorta em seus
próprios pensamentos
.Foge sempre de casa
.Está sempre doente, desnutrida
.Se recusa a trocar de roupas na frente
de qualquer pessoa
O abusador sexual aproxima-se da criança fingindo ser seu
amigo. Através de subornos (presentes, balas, dinheiro....) cativa a criança.
Começa, então, a seduzi-la fazendo-a crer que tudo é um jogo divertido,
gostoso, sem maldade e que deve ser um segredo só deles, que ela não deve
contar a ninguém, principalmente aos pais (ou somente à mãe se o pai ou o
padrasto forem os próprios agressores) pois eles ficarão bravos e podem
colocá-la de castigo ou mesmo bater nela. Ameaça a criança dizendo que vai
matá-la ou matar a sua família.
O abusador é um covarde que gosta de se
sentir superior, admirado, importante e poderoso. Agride sempre o mais fraco.
A criança, por ser ingênua e crédula é
uma presa fácil.
Inúmeras crianças somem em parques e
locais públicos porque o abusador se aproxima dela com um cãozinho ou gatinho e
diz que tem mais em casa e se ela quiser um deverá ir com ele buscá-lo. Ou
então finge que perdeu alguma coisa ou um animalzinho e pede para a criança
ajudá-lo a procurar.
Inúmeras vezes a criança tenta contar ao
pai ou à mãe o que está acontecendo com ela, mas eles não acreditar. Quando o
agressor é o pai ou o padrasto, com medo de serem abandonadas por eles, as mães
ignoram ou fingem não acreditar.
.Converse com ela, demonstre que você
está do lado dela e que ela pode confiar em você.
.Deixe claro que o acontecido não é
culpa dela.
.Não a obrigue a contar detalhes. Deixe
que a criança conte espontaneamente.
.Confirme se houve mesmo abuso levando-a
ao médico. Em caso positivo, denuncie o agressor às autoridades competentes.
. Cuidado! Investigue cuidadosamente. Só
denuncie se tiver certeza e evidências do fato. Muitas vezes, denúncias sem
comprovação, destroem vidas (veja o caso da Escola Base de São Paulo. Em 1994
os donos da escola Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, a professora
Paula Milhim Alvarenga e o motorista da escola Maurício Monteiro de Alvarenga foram
acusados, falsamente, de pedofilia. A escola foi depedrada, e eles tiveram a
vida destruída.)
.Se o abusador não for denunciado pelos
pais (eles podem ser os abusadores) qualquer pessoa pode fazê-lo: parentes,
vizinhos ou amigos desde que comprovado o abuso. Neste caso, chamar os agentes
de proteção à criança ou outras entidades como:
Disque denúncia, tel 100
Polícia Militar, tel 190
Polícia Rodoviária Federal, tel 191
Delegacias de Polícia de sua cidade
Se possível, encaminhar a criança a um
psicólogo e/ou psiquiatra
Fontes:
Crianças Psicopatas: culpa dos pais?
Maria Beatriz Alamy
Psiquiatria da Infância e Adolescência.
Dorothy Stubbe
Beatriz
Alamy
Educadora, pesquisadora, escritora, musicista
E-mail: alamybeatriz@gmail.com
Participe dos grupos: https://www.facebook.com/groups/somostodospsicopatas/
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